Uma espiritualidade, um coração atento
01.12.2022 - 00:00:00 | 3 minutos de leitura

Hoje gostaria de conversar um pouco mais com vocês sobre a espiritualidade do Coração de Cristo. Ela indica o espírito de uma coisa, um estilo de vida, uma mentalidade; configura nossas pessoas e nossas comunidades, transformando-as em comunidades abertas, solidárias, vivas e proféticas; faz-nos entrar no movimento do amor redentor de Cristo em favor dos irmãos, a favor da vida.
Espiritualidade implica sempre uma vivência. Nós somos devotos de um Deus que tem um coração para a humanidade; devotos de uma pessoa divina que tem um coração humano. O Coração de Jesus é o amor de Deus, o próprio Deus encarnado. Deus é amor. E, em Jesus Cristo, Deus feito homem, este amor tornou-se objeto de nossa experiência.
São João nos diz que nós somos aquelas pessoas que fizeram a experiência do amor de Deus e nele acreditamos. Isto deve conduzir-nos a uma determinada maneira de agir.
Como deve viver, o que deve fazer alguém que fez a experiência do amor de Deus e acredita neste amor? Parece-me que temos aí um convite para criar em nós um coração atento, semelhante ao Coração de Cristo.
Se lermos com atenção o Evangelho escrito por Lucas, veremos que nada de verdadeiramente humano passa despercebido ao olhar do Coração de Cristo. As alegrias e as tristezas, as lutas, os sofrimentos e vitórias do seu povo são também as de Jesus Cristo.
Descobrimos nele um olhar de bondade, misericórdia, compaixão e ternura. Jesus vê, sente com o coração e ama. Ele vê a multidão sem pastor e tem pena; encontra os pecadores e tem compaixão; chora diante do túmulo do seu amigo Lázaro e devolve-lhe a vida.
Hoje, Ele quer enviar-nos, como um dia enviou os seus apóstolos, para levar sua mensagem de amor a todos. E, o nosso mundo precisa de apóstolos que estiveram na escola do Coração de Cristo. A espiritualidade do Coração deve levar-nos a olhar o mundo com os olhos da misericórdia e compaixão. Nós que queremos levar, hoje, sua mensagem a todos, somos convidados a ter o mesmo estilo de vida, a cultivar os mesmos sentimentos do Coração de Jesus: a bondade, a humildade, a ternura, a misericórdia e a compaixão. O mundo precisa de corações novos, capazes de um amor sem limites, sem preconceitos, sem egoísmos, capazes de doação total, sem medo de entregar sua vida nas mãos do Pai, em favor de seus irmãos e irmãs.
Nosso mundo, em guerra, sofrido, está necessitado de uma resposta de amor, de misericórdia e de esperança. Por isso, somos convidados a ir de novo até o alto do Calvário, olhar para o Cristo transpassado na Cruz. Depois, desceremos até o nosso povo para lhe dizer que há um homem pregado na cruz mas, como ele mesmo nos prometeu, ele ressuscitará. Diremos que Ele não é só um homem, mas é nosso Deus e Redentor. Diremos que Ele vive; diremos que ainda há esperança, que nós continuamos a crer que o mundo e o seu futuro estão nas mãos de Deus. Ele não matará nossos inimigos, mas temos a certeza de que estará conosco no sofrimento e na espera de um mundo novo, mais parecido com os sonhos do seu Coração.
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