O “Sint Unum” e a vida comunitária
05.08.2022 - 00:00:00 | 3 minutos de leitura

Como expressão sempre imperfeita do "sint unum" do Senhor (Jo 17,21), muito querida ao nosso Fundador, a fraternidade constitui a primeira realização da nossa vocação; a verificação do nosso acolhimento do Evangelho; o anúncio existencial do Reino de Deus. É num mundo cada vez mais globalizado, mas, ao mesmo tempo, ferido pelas guerras, divisões, injustiças e individualismo, que se insere o nosso projeto de comunidade. É ele que nos faz passar do "eu" ao "nós"; nos faz superar, através da reconciliação, os conflitos que embaraçam a vida das nossas comunidades; nos faz construir a comunhão, a nível local, provincial/regional/distrital, congregacional e eclesial. Estamos conscientes que a vida comunitária é o grande desafio para o futuro e oferece um contributo fundamental para a construção de um mundo novo.
A convicção forte que brotou na Congregação é aquela que está também presente nas Constituições: a vida fraterna em comunidade é o modo específico de nos abrirmos aos irmãos e à missão; é a nossa primeira obra apostólica (Cst. 63); a comunidade está primeiro que a missão e confere-lhe um carácter específico. O mesmo tema é profundamente desenvolvido em tantos documentos oficiais da Igreja (cf. Vida fraterna em comunidade) e da Congregação (cf. Atas da Conferência Geral de Neustadt: A vida comunitária é missão).
Refletindo sobre os valores da vida comunitária, é importante torná-los partilha em toda a Congregação e, sobretudo, valores que inspiram essa vida. Por isso, evidenciamos apenas alguns elementos indispensáveis e irrenunciáveis para uma autêntica "refundação". O Sint unum e a abertura à alteridade são as palavras chave deste processo de renovação. É a própria Trindade que nos apresenta a expressão realizada da máxima coexistência da unidade e da diversidade (cf. Jo 10,30; 16,13; 2Ts 2,13).
Raízes dehonianas
Somos confrontados com muitos documentos sobre a comunhão e a comunidade que encontram dificuldade em se tornar estilo de vida. Esta verificação impele-nos a uma contínua conversão ao "sint unum".
A comunidade local é o primeiro lugar onde vivemos a passagem do "eu" ao "nós", no seguimento de Cristo. A vida comunitária é partilha de fé, de projetos e de bens, onde se aprende a superar o individualismo, caminhando para a unidade, respeitando as diferenças, construindo uma harmonia tornada possível a partir da vontade de comunhão.
Convocados pelo próprio Senhor, queremos contribuir para edificar livre e responsavelmente a fraternidade que testemunha o "como é bom e agradável viverem os irmãos em união!" (Sal 133,1). Deste modo se superam formas de convivência baseadas na pura "regularidade" ou na eficácia, orientando-se, sobretudo, para a gratuidade, o acolhimento e a estima recíproca. Tudo isto atesta ao mundo que a fraternidade dos discípulos do Senhor é possível.
A comunidade é a nossa primeira atividade apostólica, a primeira forma de missão e também o critério fundamental para assumir ministérios e obras. Ela é chamada a ser testemunho concreto do Evangelho, enquanto anúncio da nova humanidade gerada pelo Espírito. A partir dela somos enviados para a missão em sintonia com a Congregação e a Igreja local.
1. Os elementos que unem a comunidade religiosa:
- Oração pessoal e comunitária;
- A liturgia, especialmente a Eucaristia;
- O carisma da congregação;
- Nosso apostolado;
- Celebrar juntos as festas, o nosso tempo livre e os momentos de recreação.
2. Os obstáculos no caminho da unidade:
- Incapacidade de enfrentar a diversidade;
- Dificuldade de perdoar, de esquecer o rancor;
- Nossos defeitos, sobretudo, a soberba e o egoísmo.
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