O Sagrado Coração de Jesus e o (cor)ação do Museu Ir. Luiz Gartner

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09.06.2022 - 00:00:00 | 5 minutos de leitura

O Sagrado Coração de Jesus e o (cor)ação do Museu Ir. Luiz Gartner

O mês de junho chega com ares festivos, em tom avermelhado, auspiciosamente anuncia a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. No Museu, a relação com o Coração reluz em forma de ação.

O que há entre o Museu Irmão Luiz Godofredo Gartner e o Sagrado Coração de Jesus? Nada menos do que uma relação intrínseca! O Museu foi gestado no Coração de Jesus.

Nos idos de 1927 quando Godofredo decidiu seguir a vida religiosa na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus ele decidiu sentir e viver o Coração de Jesus, tornou-se Irmão Luiz, silenciosamente agiu pelo Coração de Jesus.

A decisão de Irmão Luiz de consagrar-se ao ideal dehoniano ficou expressa em sua vida, “o que eu faço é para os outros", seu lema, ao qual poderíamos acrescer, “e para o Coração de Jesus"!

 Quando da fundação do Museu no ano de 1933, digno de nota, o primeiro Museu do estado de Santa Catarina, criado por um irmão religioso leigo, foi a devoção ao Coração de Jesus que impulsionou a ação de Irmão Luiz.

Não por acaso, originalmente, o Museu foi batizado de Museu do Sagrado Coração de Jesus. O trabalho do Irmão Luiz foi sempre voltado ao Coração de Jesus, nunca foi somente o Museu, foi sempre o Museu pela Congregação. Filho de seu tempo, Irmão Luiz foi um fac-totum, porém, em tudo que empreendeu, executou o amor misericordioso do Coração de Jesus.

Nosso fundador ouviu “[...] aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt, 11,29) como um pedido, Irmão Luiz aprendeu e viveu na humildade e na simplicidade, espelhou seu coração no Sagrado Coração. Em cada gesto, serviço ou ação o amor ao Coração de Jesus foi a sua força motriz.

Irmão Luiz chegou ao Seminário em 1931, em 1932 fundou o saudoso Viveiro “Paraíso das Aves”, em 1933 fundou o então Museu do Sagrado Coração de Jesus, foi ainda, sapateiro, enfermeiro, fotógrafo, pintor, escultor, filatelista, colecionador e, principalmente, amante da natureza. Foram mais de 50 anos dedicados à causa do Coração de Jesus, “Não basta fazer bem aquilo que fazemos, é preciso fazê-lo com amor.” (P. Dehon), nesse aspecto  Irmão Luiz era único, fez tudo muito bem e com muito amor. Era a bondade em pessoa, exemplo de religioso do Coração de Jesus.

Pe. Dehon deixou registrado que o ideal de sua vida era conquistar o mundo para Jesus Cristo instaurar o Reino do Sagrado Coração, sem dúvida, o que Irmão Luiz quis foi participar da construção desse reino e o Museu foi um de seus instrumentos. Foi também, instrumento na mão de todos que o sucederam, o Museu foi obra prima do (cor)ação de Irmão Luiz, mantido até hoje, pela ação de tantos outros religiosos do Coração de Jesus.

Um museu instrumento do Coração de Jesus? Sim! O Coração de Jesus transpassado na cruz é a mais sublime manifestação do amor, o Museu inspirado neste Coração exerce sua ação, baseada na dedicação e no afeto, tudo isso para a comunidade.

O Museu hoje, é fruto desse legado, somos também, movidos pelo carisma dehoniano, em nossas ações a oblação e a reparação se fazem de maneira indireta, somos resultado da espiritualidade do Coração de Jesus. O fazer cotidiano é sempre pensado a partir da visão dehoniana, e, aos olhos de poucos, o Museu segue fazendo muito pela evangelização, sobretudo, para divulgação do Sagrado Coração de Jesus.

Em sua missão o Museu expressa a que veio: “A luz dos valores cristãos, o Museu Irmão Luiz Godofredo Gartner quer servir de instrumento para a promoção do humano e seu pleno desenvolvimento, tendo como missão preservar, conservar, expor e pesquisar os acervos históricos, artísticos e naturais da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, valorizando a história, a memória e as culturas”, seguimos no objetivo de alcançar e ampliar nossa missão.

Desde os anos 2000, o Museu realiza um movimento de aproximação com o campo museológico e suas recomendações, porém, esse espaço não perdeu sua essência: ele existe pelo e para o Coração de Jesus.

O Museu está dentro do Seminário Sagrado Coração de Jesus, que é parte da Congregação, e que existe a partir da devoção de Padre Dehon, “deixei-vos o maior dos tesouros: o Coração de Jesus”, o Coração de Jesus perpassa toda a trajetória de nosso Museu, e nós, no campo histórico e cultural lapidamos toda essa riqueza.

A espiritualidade do Coração de Jesus se manifesta em ação, quando, o Museu exibe a imagens do Coração de Jesus aos seus visitantes e apresenta e propaga essa devoção, quando o Museu preserva a história através dos acervos dos pioneiros dehonianos que no passado desbravaram essa região missionária para instaurar aqui o Reino do Coração do Jesus, ou, quando o Museu salvaguarda a história do Seminário de Corupá, que apresentou o Coração de Jesus a mais de 4 mil meninos, quando preserva a história material dos religiosos dehonianos.

A espiritualidade do Coração de Jesus se manifesta em ação, quando, o Museu usa o seu acervo para falar sobre os dilemas do mundo atual, quando a coleção de animais taxidermizados pelo Irmão Luiz serve de impulso para pensar a preservação ambiental, quando o Museu defende a educação, a cultura, a história. Ou quando o Museu conserva, pesquisa e expõe tudo que está relacionado à Congregação.

A  ação do Museu é inspirada no Coração do Jesus, o (cor)ação do Museu é também a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus, exemplo máximo do amor, é isso que queremos lembrar no mês junho, é isso que queremos marcar em nosso fazer cotidiano,  é isso que queremos deixar: marcas indeléveis de amor.

 

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