A presença de São José na vida de Padre Dehon

Padre Dehon sempre manifestou particular apreço por São José. Em seus escritos, nos apresenta São José como o padroeiro e modelo de nossa vocação.

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19.03.2025 - 10:01:00 | 6 minutos de leitura

A presença de São José na vida de Padre Dehon

“A confiança em São José não engana. O mês deste santo sempre foi para mim um mês de graças espirituais” P. Dehon.


Extraímos alguns trechos de escritos de Padre Dehon em que medita sobre o patrono da Igreja e da Congregação.


SÃO JOSÉ, PADROEIRO E MODELO DA NOSSA VOCAÇÃO


São José é para nós um modelo e um protetor. A sua pureza, a sua inocência, a sua humildade são modelos oferecidos às almas que aspiram à piedade. Pela sua pureza, foi julgado digno de ser o esposo de Maria. Pela sua humildade, mereceu a glória de ser o pai adotivo de Jesus. Pela sua inocência, tornou-se digno da união e da intimidade que devia ter com Jesus e a sua mãe em Nazaré.

 

A UNIÃO DOS SAGRADOS CORAÇÕES


São José pertence totalmente a Jesus e a Maria. Viveu exclusivamente para eles. Os três formavam um só coração e uma só alma. Rezava com eles e a sua oração inflamava-se constantemente sob a influência do seu fervor. No trabalho, segue-o o pensamento de Jesus e de Maria. Trabalha para eles e Jesus, depois de crescido, trabalha com ele. O seu descanso é junto deles e com eles.  As conversas preferidas são com Jesus e Maria.  De que gosta ele de falar, a não ser da bondade de Deus e das maravilhas da Sua misericórdia?


UMA VIDA INTERIOR


Na sua vida interior, reflete sobre os atos e as palavras de Jesus e de Maria acerca dos mistérios da Encarnação e da Redenção. Dele pode dizer-se o mesmo que de Maria: Conservava todas estas coisas no seu coração (Lc 2, 51).


Como é grande o seu espírito de fé! Ele aceita humilde e piedosamente todas as mensagens do Anjo; cumpre heroicamente todas as ordens divinas.


Com que respeito trata Jesus e Maria! Ouviu o Anjo dizer-lhe: "O que Ela concebeu é obra do Espírito Santo… hão de chamá-lo Emanuel, Deus conosco" (Mt 1, 20-23). E como é fiel a esta missão de fé que recebeu! Nada lhe custa, para corresponder.

 

UMA VIDA PURA E SANTA


E a sua pureza! O lírio é o seu símbolo. Foi a sua pureza que lhe mereceu ter sido escolhido por Deus para pai adotivo de Jesus e esposo de Maria. Ele é o modelo da vida de reparação. É testemunha das humilhações do Salvador na manjedoura, dos seus sofrimentos no Egito, da sua pobreza em Nazaré. Em toda a parte, com os seus cuidados, esforça-se por reparar os sofrimentos impostos a Jesus pelos nossos pecados. As delicadas atenções para com Jesus, em Belém, no Egito e em Nazaré, são outros tantos atos reparadores.

 

UMA MORTE SANTA


Quando José terminou a sua missão, quando o tempo do silêncio e da sombra passou, José, sem nada ver das maravilhas da vida pública do Salvador, desliza silenciosamente para a eternidade. O mundo não fala nem da sua vida, nem da sua morte. “Justus autem quid fecit? O justo quê fez?”, diz Davi (Sl 10,4). Quer dizer que não fez nada para os olhos dos homens, porque tudo fez para os olhos de Deus. Era assim que vivia o Justo José. Via Jesus Cristo e calava-se; saboreava-o e não dizia nada... Cumpria assim a sua vocação, porque, como os apóstolos são os ministros de Jesus Cristo descoberto, José era o ministro e companheiro da sua vida escondida.

 

Depois de ter sido o modelo de uma vida santa, São José foi o modelo de uma santa morte, é o patrono de uma e de outra.

Peçamos a São José a graça de participar na sua fé, na sua simplicidade, no seu abandono.

 

São José, rogai por nós!

Fonte: Fr. Djonatan Engelmann
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