A Culpa é Dele

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29.03.2022 - 00:00:00 | 3 minutos de leitura

A Culpa é Dele

A culpa é dele. Ele começou tudo! Quantas vezes já ouvimos esta desculpa, ou nós mesmos a usamos, quando nossos irmãozinhos iam buscar refúgio no colo da mãe. E, quantas vezes tínhamos razão! E, parece que as coisas não mudaram.

Falando em culto, devoção e, mais ainda, em espiritualidade do Coração de Jesus, a culpa é toda dele. Ele se fez homem, veio morar entre nós, participar de nossa vida. Os Evangelhos contam-nos que estava atento a tudo e a todos. Nada de verdadeiramente humano passava despercebido aos seus olhos e ao seu coração.

Antes de percorrer as várias etapas pelas quais passou o culto (devoção, espiritualidade) do Coração de Jesus, quero convidá-lo a reler os Evangelhos, de modo particular João e Lucas. Do contrário, nos arriscaríamos a construir no ar toda esta bela história. Quero convidá-lo a beber, com São João, da fonte mesma deste amor, para depois podermos fazer a nossa longa viagem pela história.

Vamos reler os Evangelhos e ver quantas vezes eles repetem que Jesus teve ‘compaixão’ e foi ao encontro das pessoas. Teve compaixão e multiplicou o pão, começou a ensinar aquela multidão, curou os doentes, perdoou os pecadores, ressuscitou até mortos; contou histórias e estórias como as do filho pródigo, da ovelha perdida, da moedinha que a mulher havia perdido...

E, de repente, Ele começa a dizer que nós devemos entrar na sua escola, aprender com Ele, ser como Ele, “porque eu sou manso e humilde de Coração”(Mt 11, 29). Se prestarmos atenção, perceberemos que ele nos convida a entrar na sua escola, não tanto, porque ensina a verdade, mas porque ele é bom. Convida-nos a descobrir o seu olhar de bondade, de misericórdia, compaixão e ternura.

A espiritualidade do Coração de Jesus deve levar-nos a ver o mundo com o mesmo olhar de Jesus, olhar de amor, perdão, misericórdia. Somos convidados a ter o mesmo estilo de vida (espiritualidade), a cultivar os mesmos sentimentos do Coração de Jesus: a bondade, a humildade, a ternura, a misericórdia e a compaixão. O nosso mundo precisa de corações novos, formados na escola de Jesus, capazes de um amor sem limites, sem preconceitos, sem egoísmos, capazes de doação total, sem medo de entregar a sua vida nas mãos do Pai, em favor dos irmãos e irmãs.

Por isso, antes de fazer a nossa longa caminhada pela história da espiritualidade do Coração de Jesus, quero convidá-lo a ir de novo até o alto do Calvário e olhar para o Cristo transpassado na Cruz. Depois desceremos para a nossa caminhada. Tudo o que encontrarmos pelo caminho, tudo o que nossos irmãos e irmãs foram descobrindo, ao longo da história, parecerá muito lógico para nós, se nós tivermos bem presentes os ensinamentos do Mestre e, principalmente, se guardarmos, na mente e no coração, o Senhor pregado na Cruz, garantia absoluta de que o seu amor pelo Pai e por nós foi até o limite extremo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá vida por seus amigos”.

 

 

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