Encantador panorama desdobra-se aos olhos do viageiro, que de passagem por Rio Negrinho, observa o aspecto da florescente "capital madeireira do Norte catarinense", emoldurada com solenes lotes de araucárias. Num dos estremos da colina, sobressaindo das frondes soberbas dos pinheirais, avulta a silhueta colossal e amarelada do Seminário São José: um lugar de paz, um lugar de oração, um lugar de vocação.
Mas, para desdobrarmos a história deste educandário, é preciso fazer memória de onde tudo começou, com a chegada dos primeiros Dehonianos procedentes da Alemanha: Padres Gabriel Lux e José Foxius, aqui no Sul do Brasil, na ilha do Desterro - hoje Florianópolis, aos 15 de julho de 1903. Eram os primeiros capítulos desta bela história.
Em 04 de outubro de 1904, Dom Duarte Leopoldo e Silva, bispo diocesano de Curitiba, confia a paróquia de São Bento do Sul aos padres dehonianos. Aí começava a nossa história no planalto norte catarinense.
Após a construção dos seminários de Brusque e de Corupá, em 1924 e 1932, respectivamente, em outubro de 1944, o Revmo. P. Celso Michels, SCJ, chega a Rio Negrinho, por indicação dos Superiores, com a missão de construir, aqui, uma Escola Apostólica, conforme o plano de desdobramento do Seminário de Corupá que já não comportava sozinho a grande quantidade de seminaristas. Graças à magnífica colaboração e heroica generosidade do povo de Rio Negrinho, cujos méritos adquiridos com esta relevante obra só Deus saberá devidamente avaliar e recompensar, os trabalhos marcharam vertiginosamente sob o controle do mencionado sacerdote.
Aos 11 dias de dezembro de 1948, com a obra concluída, chegava ao Seminário o futuro reitor, P. João Batista Prost, acompanhado do P. João Bücher. Alguns dias após, chega o P. Henrique Zirke, para compor a comunidade religiosa.
Aos 4 dias de janeiro de 1949, celebra-se a primeira missa na capela do Seminário. Tudo era muito simples, mas em nada os padres foram negligentes com os requisitos da liturgia romana. Não havia bancos, sineta, via-sacra, mas havia as paredes caiadas de branco e a fé daqueles padres que sabiam que, no povoado de Rio Negrinho, município de São Bento do Sul, a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus dava o pontapé inicial em uma história longa, quiçá infinita.
Em 14 de janeiro de 1949, a imagem de São José é entronizada no seminário. No dia 27, chegam os dois primeiros alunos, os demais chegariam entre os dias 1 e 2 de fevereiro. No dia 13 de fevereiro começam as aulas, ministradas no próprio seminário. Por fim, aos 20 dias de março de 1949, o seminário é inaugurado oficialmente com uma grande festa popular.
De então para cá o dinamismo indefesso e espírito empreendedor do seu primeiro reitor e esforçados colaboradores, fizeram milagres de realizações. Inaugurando seus cursos em 1949, subiu a 57 o número de alunos, distribuídos entre o Curso de Admissão e Primeira Série, tendendo sua matrícula a subir sempre mais.
Aí, foram desenvolvidas várias etapas de formação inicial. Mais tarde, em 1968, passou a acolher os seminaristas do curso colegial (antigo 2º grau) que estavam em Corupá. Em 1972, voltou a receber os estudantes da 1ª série ginasial. Depois disso, funcionou aí o curso de propedêutico (em 1984), o postulantado, a formação dos irmãos religiosos, e por fim, a partir do ano 2001, tornou a receber os alunos do antigo 2º grau, agora chamado de Ensino Médio.
Atualmente, no Seminário São José funcionam as etapas iniciais do processo formativo dos seminaristas de nossa Província (Província Brasileira Meridional): seminário menor e propedêutico.
Aos beneméritos vanguardeiros desta importante obra, Revmo. P. Celso Michels, seu arrojado construtor, e Revmo. P. João B. Prost, seu primeiro reitor, bem como aos esforçados Padres, Professores, Diretores, Irmãos e Aspirantes, que perolaram de suores cada palmo de terra deste canteiro abençoado, onde brotam por anos as flores férteis de vocações sacerdotais, recebam o preito das mais sinceras e calorosas homenagens de toda a Província Brasileira Meridional dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus.
São José nosso padroeiro, valei-nos!